Há alguns anos, comecei a emagrecer demais. Sempre fui
magrinha e estava perdendo peso muito rápido. Então, imagine! Quase não sobrou
nada de mim.
Por incrível que pareça, os médicos não conseguiam
diagnosticar o meu desequilíbrio e a perda de peso começou a me preocupar
muito. Na verdade, o que mais me preocupou foi os resultados desse
emagrecimento rápido: meus cabelos começaram a cair demais, eu não parava de ir
ao banheiro e, por conseguinte, a fraqueza tomou conta de mim. Por outro lado
me sentia ativa como nunca fora antes.
Imaginei que fosse ansiedade. Tinha passado por sérios
problemas emocionais no ano de 2012 e piores ainda em 2013, com a perda de meu
pai (com câncer) em junho daquele ano.
Naquele tempo, apesar de todos os meus esforços, não
consegui mobilizar os meus recursos interiores para solucionar a questão. Achava que a perda de meu pai tinha sido demais para mim. As circunstâncias em que ocorreram, minhas reações, etc. Além disso, tive um relacionamento amoroso desfeito e, enfim, tudo isso
me enclausurou dentro de mim mesma e vi aflorarem sentimentos e pensamentos
terríveis que jamais imaginei que fosse possível eu ter!
Até que cheguei a um momento em que mobilizei todas as forças
que ainda me restavam e pedi fervorosamente a Deus para morrer!
Naquele momento, parecia a coisa menos dolorosa que me podia
acontecer.
Não pensei nos meus filhos que ainda dependiam de mim para o
sustento, não pensei na dor que causaria neles nem no restante da minha
família. Não pensei em nada. Meu pensamento estava fixo numa única ideia:
morrer. Entretanto, não tive, pela graça de Deus, coragem suficiente para tirar
a minha própria vida.
Ver a minha mãe naquela situação minou o restante de forças que eu tinha e outra vez roguei a Deus pela morte, pela minha morte, mas Ele mandou a morte de minha mãe na noite de Natal, que se concretizou nos braços de minha filha caçula que contava com quatorze anos.
Então, o emagrecimento exagerado me pareceu a resposta de
Deus ao meu pedido. Com certeza aquela doença misteriosa me levaria à morte,
tão desejada.
Durante todo o tempo em que peregrinei atrás de um
diagnóstico, mais para me tirar o mal estar do que para acabar de vez com a
doença, tive contato com outras pessoas que sofriam infinitamente mais que eu.
Nos consultórios médicos, ouvi uma mãe dizendo que não tinha mais esperanças
para o filho que tinha transtornos alimentares graves, ainda na infância, e
temia pelo pior. A criança já não comia, traumatizada pelos vômitos incessantes
a cada ingestão de comida ou líquidos.
Uma vez no hospital, vi pessoas morrendo tomadas por um
sofrimento terrível, aliado ao pânico da morte. Imploravam a Deus pela vida. E
eu ali, com um problema de saúde que nem se comparava com o sofrimentos delas, implorando pela morte.
Aquilo me envergonhou profundamente e, como que magicamente,
um pensamento se fixou no meu campo mental, substituindo a ideia da morte.
Alguém me dizia, com voz doce, mas firme:
"Você é responsável pela sua própria vida. Se você não
buscar se curar para terminar aquilo a que se propôs nesta encarnação, terá que
enfrentar na morte, as consequências do seu ato."
Percebi que ainda tinha muito tempo pela frente e de fato,
tinha uma forte sensação de que tinha algo importante para fazer com a minha
vida. Foi a partir dai que mobilizei meus recursos para mudar meus pensamentos
e buscar de fato a cura.
Como os médicos não conseguiam um diagnóstico, fui a um Centro de Umbanda Branca na minha cidade. Fui me consultar.
O médium, muito atencioso, acertou em cheio a causa de meu
definhamento: o meu desejo de morrer.
Quando desejamos de fato determinada coisa, pode acreditar
que essa coisa se materializa em nossas vidas.
Era o meu caso. Eu quis morrer e ali estava a minha grande
oportunidade. Eu não praticaria o suicídio de fato, como ele é conhecido, mas
estava praticando o que chamamos de suicídio inconsciente, ou seja. quando
fazemos coisas contra nós, para nos machucar e nos abreviar a vida, sob uma falsa
alegação de prazer, por exemplo. Pessoas que fumam praticam o suicídio
inconsciente. Pessoas que se envolvem em relações sexuais de risco, praticam o
suicídio inconsciente. E assim por diante...
Com o meu desejo, atraí para mim uma doença que sequer apresentou
um diagnóstico imediato.
Mas, naquele Centro, tive o diagnóstico espiritual: Magia Negra de Morte.
O que eu tinha, simplesmente, era um transtorno decorrente
de magia negra que alguém havia feito contra mim!
Justo contra mim? Eu sempre ajudei as pessoas, sempre fui
uma boa filha, sempre procurei ser boa profissional e aceitável para a
sociedade... Como assim? Magia Negra de Morte? Contra mim? Quem poderia me odiar tanto
para fazer uma coisa dessas comigo?
Mas a questão não era essa. A questão agora era de fato
decidir entre a vida e a morte!!
Eu poderia sair dali, ir para a minha casa, preparar-me para
a morte em segredo, resolvendo as coisas práticas para não dar nenhum trabalho
para meus filhos quando eu me fosse.
Assim como eu poderia sair dali arrependida de ter desejado
a morte e lutar com todas as minhas forças pela vida! Pela MINHA VIDA! Ainda
que um simples ser humano, minha vida tornou-se naquele instante a coisa mais
preciosa de toda a face da Terra. Eu podia deixar que ela se fosse em poucos
meses ou podia lutar ferrenhamente para reconquistá-la.
EU ESCOLHI VIVER. MAIS QUE ISSO. EU ESCOLHI VIVER
PLENAMENTE!
Nos dias que se seguiram o sofrimento que passei foi tão
intenso, tão profundo que não tenho palavras para descrevê-lo. Intuitivamente
eu sabia quem tinha me feito aquilo e, alguns dias depois, tive a confirmação
dessa informação.
Eu poderia odiar essa pessoa pelo resto da minha vida!
Quando fui informada de que vivia um processo de magia negra, a imagem da pessoa surgiu
na minha mente, A minha reação, entretanto, foi de tentar entendê-la. Por que ela faria aquilo comigo?
Com certeza, EU provoquei nela uma dor insuportável! Por
isso ela reagiu dessa forma!
Naquele instante, isolada do mundo numa parte alta da
cidade, no escuro, me senti o menor dos seres humanos pois fui capaz de
provocar numa pessoa uma dor tão grande que ela foi capaz de se comprometer
espiritualmente a ponto de me encomendar uma magia negra!
Certamente, ignorante das consequências do seu ato, essa
pessoa só pensou na dor que sentia e desejou tanto quanto eu ou mais, a minha
morte!
A partir daquele instante tomei consciência da minha responsabilidade com a vida das pessoas. Especialmente com a vida daquela pessoa especificamente. E a perdoei de toda a minha alma!
Eis o processo esclarecido!
Com o desejo de morrer, aliado ao desejo daquela pessoa
também de me ver morta, a concretização do fato estava prestes a se
materializar em nossas vidas!
Eu agradeço imensamente a minha equipe espiritual por toda a
paciência que teve comigo. Sei que foram meus amigos espirituais que substituíram o meu
pensamento de morte pelo pensamento da responsabilidade de meu ato. Desde
então, firmamos uma parceria para auxiliar pessoas que passam por transtornos
emocionais, mentais, físicos e espirituais.
Foram eles que me conduziram e me deram meios para que eu fosse terapeuta e estivesse aqui hoje, com este trabalho que é muito importante para mim. Assim como são eles que me inspiram, me intuem e me dirigem em todos os momentos de minha vida.
E sou eu o instrumento deles, procurando, a cada dia, ser
mais afinada possível com os objetivos crísticos, buscando autoconhecimento, equilíbrio, confiança, conhecimento das coisas espirituais e oportunidades de ação.
Graças a eles, eu enfrentei o problema e escapei da morte.
Hoje eu valorizo intensamente a minha vida como a vida de
qualquer pessoa: qualquer mesmo!
Hoje eu compreendo que o desequilíbrio mental/emocional pode
levar uma pessoa à morte, por escolha dela mesma que às vezes, se vê
completamente sem saída. Não consegue ouvir os conselhos de sua equipe
espiritual e se fecha, entregando-se a um futuro muito mais difícil com
situações incrivelmente piores do que as que vive no momento.
A magia negra tem esse papel em nossas vidas. Provoca
desequilíbrios de todas as ordens, drena nossas energias e nos cega para que
fiquemos à mercê de suas sugestões que nos conduzem diretamente ao caos de
nossa alma que só quer, muitas vezes, ser amada, reconhecida, ou quer paz, quer
harmonia e não consegue...
E quanto a mim, só consegui porque tive forças suficientes
para ouvir minha equipe espiritual. E isso, graças à misericórdia divina que é
incansável em nos dar oportunidades de novos recomeços a todos os instantes de
nossas vidas!
O meu coração é infinitamente grato a todos aqueles que me
apoiaram, direta ou indiretamente, para que eu me reequilibrasse. Gratidão a
todos vocês!!!
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