Espero que você tenha aproveitado bem as Partes I e II desta prática e tenha elaborado as análises de ao menos quatro percepções anotadas na primeira semana.
Caso não tenha conseguido é necessário que repense no quanto deseja conhecer suas partes indesejadas e fazer as pazes com elas.
Se você se propôs a fazer este exercício com a compreensão dos benefícios que pode adquirir através dele e não conseguiu ao menos quatro análises, significa que tem uma parte de você que não deseja ser exposta de jeito nenhum e, sentindo-se ameaçada, manifestou-se no sentido de impedir que você prossiga.
Então, caso esteja realmente interessado em se conhecer melhor para viver mais feliz consigo mesmo, eu sugiro que você encare de frente essa resistência e reinicie a prática desde a parte I, com plena convicção e determinação para trazer à tona essa sua parte que tenta, a qualquer custo, continuar oculta.
Ao reiniciar o exercício, desde o princípio, pode ter certeza absoluta de que é essa sua parte que vai ser exposta, através de uma percepção sua mais acentuada, de um julgamento mais severo que você reluta em expressar.
E essa relutância indica que esta é uma parte sua das mais escuras e sombrias, das que mais te atrapalham nas decisões importantes que direcionarão a sua vida para uma vida de alegria, satisfação, prosperidade, saúde e realizações ou para uma vida de eterna busca de não sei o que, frustrações de todas as ordens, perdas financeiras e afetivas, dificuldades materiais, com a saúde e bem estar, etc.
É isso que essas partes nossas que reprimimos fazem conosco: sabotam todas as oportunidades de sucesso e bem estar que surgem em nossas vidas, simplesmente pelo fato de não darmos atenção a elas.
Mas se o seu caso foi um pouco diferente, ou seja, você fez o exercício completo da parte I mas não conseguiu tempo hábil para fazer as análises ao menos de quatro percepções na segunda semana, corra atrás do prejuízo.
Antes de iniciar a parte III, complete as quatro análises da parte II.
Agora chegou o momento de se confrontar, de tomar consciência das suas características indesejáveis, aquelas que você tentou esconder até de si mesma, para que nunca se manifestassem causando-lhe asco, repugnância, vergonha, dor, etc.
Antes de mais nada, respire fundo e diga para si mesmo:
Não importa quão escuras sejam as minhas partes que agora estou prestes a confrontar. Eu as reconheço em mim, agradeço por elas existirem e se apresentarem agora aos meus olhos. Eu compreendo agora que elas são para mim como os vilões são para os super heróis, pois, caso os vilões não existissem, os super heróis não desenvolveriam os seus superpoderes para combatê-los. Eu não desejo combater minhas partes sombrias. Desejo ouvi-las e sei que elas tem algo para me dizer que vai contribuir para o meu crescimento em todas as áreas da minha vida. Desejo fazer as pazes com elas e aceitá-las como integrantes importantes do meu ser que é dual, vive entre a luz e a sombra. E, a partir de agora, viverei em paz tanto na minha luz quanto na minha sombra.
Passemos agora a descobrir as partes que nos fizeram crescer, mesmo aos trancos e barrancos, até este momento. Voltemos ao exemplo 02:
Características que reprovo (ou repudio) nele:
- Autoritário: não pensa nas necessidades dos funcionários;
- Insensível: não se importa com os funcionários, para ele não importam os nossos sentimentos;
- Ganancioso: só se importa em ganhar dinheiro, cada vez mais dinheiro à custa de nós, pobres funcionários;
- Materialista: quando bati o carro da empresa ele se preocupou mais com o estado do carro do que com o meu estado, f.d.p.;
Características que aprovo (ou valorizo) nele:
- Paga o salário em dia.
Identificação da característica reprimida de nossa personalidade:
Reflita sobre o que significa para você SER AUTORITÁRIO.
Como age a pessoa autoritária? (Pense no chefe do exemplo)
Manda. É arrogante. Faz pressão sobre os subordinados. É impaciente. Domina mentalmente os subordinados. Gosta do poder. Não se importa com as pessoas quando determina que se faça alguma coisa. Sua determinação tem que ser cumprida com qualidade.
Até agora você identificou essas características no seu chefe. Agora pense em você. Veja-se no trabalho, em casa, na companhia dos amigos, no clube, na festa de casamento do sobrinho, na formatura da cunhada, etc.
Quando está em casa não manda seus filhos cumprirem alguma ordem sua?
Quando dirige seu carro e alguém lhe chama a atenção por alguma barberagem, não se torna arrogante e enfrenta o ousado?
Quando precisa que as pessoas façam algo para você, não as pressiona?
Você não é impaciente quando o está atrasado para um compromisso e se vê parado num congestionamento?
Será que você não domina mentalmente o seu namorado, esposa, amigo, filho ou parente?
Será mesmo que você nunca se viu com poder nas mãos e sentiu o gostinho bom que ele tem? Nem mesmo quando se sobressaiu com as meninas da escola que disputavam a sua atenção? Não me diga que não gosta do poder!
Quando você depende do trabalho das pessoas, tem prazo certo para entregar uma obra, por exemplo, você aceita os argumentos delas que hoje estão doentes e que não espere muito delas? Ou você abrirá mão da sua boa reputação por causa disso?
Conforme o exemplo, seja bem franco consigo mesmo e com toda certeza identificará as mesmas características que reprova nos outros em si mesmo.
E agora?
Já descobri essas minhas partes. O que eu faço para que elas não mais sabotem a minha vida?
Veja a resposta na parte IV desta prática.
Até lá!
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